16/09/2016

Foco no outro...

A nossa civilização passa por uma fase muito difícil. A maior parte das pessoas já se desencantou com as religiões, com os intermediários que supostamente sabem tudo e que, ao não olhar para cada pessoa individualmente, massificam. A era de Aquário, esta nova era que está a aproximar-se, é a era que nos ajuda a vibrar por "somos todos diferentes, somos todos especiais", contrariamente à era passada, de Peixes, em que a vibração era sustentada para que cada indivíduo fizesse parte das massas. As pessoas hoje em dia cada vez mais querem sentir-se especiais, sabem que não são iguais aos outros e não querem um tratamento espiritual massificado. Por isso, quando entendem a sua singularidade e percebem que vão ter que parar de fazer o que todos fazem, pensar como todos pensam, e ir atrás da sua individualidade, começam a interiorizar. Só que quando tentam entrar dentro de si próprias, fechar os olhos para sentir a sua energia - espanto! - lá dentro é escuro, triste e pesado. Há inclusivamente pessoas que fecham os olhos e se sentem mal, sentem um peso, sentem um breu, sentem um frio, e isso não é mais do que memória de Vidas Passadas. Memórias de lá de trás, onde as coisas não correram muito bem. Porque na realidade quando encarnamos, trazemos essas memórias todas.
Se eu numa vida morri numa fogueira, queimada, com uma raiva tremenda e uma grande sensação de injustiça, quando eu nascer vou nascer com revolta e com uma sensação horrível de injustiça. Quando fechar os olhos para meditar, o que vai acontecer? Vou encontrar o quê, quando tentar aceder à emoção que mora no meu peito? Agora, imagine o acúmulo de memória de várias, várias, várias, muitas vidas? Como não limpamos, dentro de nós fica tudo cada vez mais pesado, escuro e desagradável. E a maior parte das pessoas, quando sente o peso, o que faz?
Em vez de entender que precisa de limpar...
Em vez de compreender que o que ali está é a sua própria energia, o acúmulo da vibração das suas próprias escolhas, e que é preciso encarar e aprender com os erros... e limpar...
Em vez de ativar, deixar vir, abrir o alçapão da memória para que as coisas venham... para limpar...
Não.
As pessoas vão para fora delas próprias. E permanecem fora.
E o que quer dizer ter o foco fora? Em vez de a pessoa encontrar a sua essência para poder ser quem é, a pessoa acaba por agir e pensar em relação ao que os outros esperam dela. Até mesmo desenvolver gostos próprios, por exemplo, fazer o que os outros fazem, o que os outros acham bem.
E o facto de esta nossa sociedade estar cada vez mais globalizada faz com que não haja muita escolha, uma pessoa acaba mesmo por fazer o que todos os outros fazem, e lá se vai a sua singularidade, a sua unicidade.
Imagine um local onde toda a gente vai. Está cheio de gente. Todos escolhem ir àquele sítio naquele dia. As pessoas não fazem coisas diferentes. Cada vez mais as pessoas fazem as mesmas coisas. Para não terem que pensar muito. Para se integrarem.
E consoante não vão fazendo coisas novas, diferentes, também não vai havendo coisas diferentes para fazer. Então, por exemplo, uma pessoa está sozinha, e em vez de aproveitar essa noite para meditar, para estar consigo, ler um livro, ver um filme, pensar na vida, fazer os seus lutos talvez, fazer alguma Meditação emocional para poder aceder às suas dores e limpar, não, liga para os amigos e vai ao cinema. Ou seja, as pessoas que não conseguem ficar sozinhas nem sequer conseguem iniciar os seus processos evolutivos.
E quanto mais o tempo vai passando com este foco no outro, mais vazia vai ficando a sua energia. E consoante a energia vai ficando vazia, também a pessoa vai começando a não querer estar consigo própria... A pessoa depende tanto dos outros que não otimiza o seu universo. Chega uma altura que já nem sequer sabe do que é que gosta. É um ciclo vicioso, porque quanto menos ela sabe quem é, mais quer a presença dos outros. E quanto mais quer a presença dos outros, menos fica em contacto com quem é.
Existe uma teoria que diz que a cada hora que passamos com os outros devíamos passar duas horas connosco. Pode ser até um exagero, mas imaginando o oposto, a cada duas horas com os outros, passávamos uma hora connosco? Podia ser a solução.
Quando a pessoa insiste em focar no outro, o que é que vai acontecer? A vida vai começar a trazer circunstâncias para obrigar a pessoa a ficar sozinha. Se ela não entender o propósito, se não entender esta teoria - se não entender que quando a vida nos pede para ficarmos sozinhos é mesmo para ficarmos sozinhos -, ela vai começar desesperadamente a procurar os outros, desesperadamente a querer estar com os outros, e deixa de fazer o seu processo de individualização energética. 
 Alexandra Solnado

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