12/10/2016

Resistência

É resistente uma pessoa que coloca muita força nas coisas... Pode ser nas suas ideias, pode ser nos seus objetivos, pode ser nas suas ações, pode ser nos seus relacionamentos, pode ser na sua sensação de que tem razão, seja no que for. Uma pessoa que põe muita força numa coisa é uma pessoa resistente.
Só que existem pessoas que insistem muito numa coisa porque sentem que é mesmo verdade, têm intuição de que é verdade e depois o tempo até prova ser verdade. Isso não se chama resistência. Chama-se convicção. Convicção é quando nós intuímos uma coisa, e vamos contra tudo e contra todos para mostrar a nossa verdade.
Ter resistência não é insistir no que se intui. Ter resistência é quando a própria vida está a dizer-me que não dá certo. A própria vida, as circunstâncias, as pessoas, estão a tentar mostrar-me que aquilo onde eu estou a pôr tanta força não funciona. Tudo indica que não é por ali, a própria vida não flui por ali, mas essa obsessão inconsciente de fugir do medo é tão intensa, que a pessoa insiste.
Normalmente a pessoa coloca a sua maior força, ativa a sua obsessão, no oposto do seu medo. No oposto do que doeu noutra vida. Se a pessoa tem medo de uma coisa, o normal é insistir, colocar força no oposto, para não ter que encarar o medo.
Imagine que essa pessoa, numa Vida Passada, abusou da autoridade para com os outros, foi déspota, violenta e cruel. Na vida seguinte, teve que vivenciar a consequência dessa energia. Viveu e morreu sozinha, sem família, sem ninguém. Nesta vida, o pavor da solidão é tão grande, que está sempre rodeada de gente, sempre a insistir na presença dos outros. Coloca força nisso, nessa dependência. Vive a vida dos filhos, está sempre pronta a ajudar, a opinar. Não haveria nenhum problema se na altura em que a vida pede um pouco de recolhimento, ela aceitasse. Mas não. Até nessas alturas ela está acompanhada, seja de quem for. Essa resistência vai fazer com que um dia as pessoas se cansem. E se afastem. E ela vai, fatalmente, ter que encarar o encontro consigo própria. Só que de uma forma mais violenta. Ou porque morre o marido, um animal de estimação fica muito doente, um filho vai viver para o estrangeiro. Esse é resultado da resistência.
Imagine aquele jogo da corda, em que há pessoas dos dois lados, cada uma a puxar para o seu. Ganha quem tiver mais força e fizer a corda pender para a sua equipa. Quanto mais resistente uma pessoa é, mais ela puxa a corda. O que ela não sabe é que do outro lado da corda está a vida, está o Universo. E por mais que puxe, por mais força que tenha, ninguém ganha à vida, ninguém ganha ao Universo. Por isso, mais cedo ou mais tarde essa pessoa vai-se quebrar. Ela não é flexível, ela não consegue ver o outro lado da questão. O outro lado da corda. Ela só consegue ver o seu.
E porquê esse comportamento? Porque como ela quer fugir da dor, ela só vê o lado que dói menos. Mesmo depois de todas as evidências, ela não cede.
A questão que se põe aqui é: isso é resistência ou convicção? A pessoa está a intuir uma verdade e está a insistir para conseguir prová-la, está a andar por um caminho improvável para chegar a algum sítio que ela intui ser verdade? Ou é uma insistência absolutamente estéril e kármica, em que a pessoa só faz força, só faz força, porque sabe que se sair dali vai ter que encarar a dor?
Se for esse o caso, é natural que a vida, mais cedo ou mais tarde, vá fazer essa pessoa sair dali e encarar tudo o que tiver que encarar.
Como ouvi certa vez:
- "A violência é proporcional à resistência." 
 Alexandra Solnado

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